Alguém que me lê e eu não vejo.

2004/11/24

Já há muito que aqui não vinha. Ao ler assim, nada me apeteceu escrever... coisa de amadores. Vou recolher-me a incontáveis páginas de livros, com conteúdos que muitas vezes nem sei porque tenho de saber... talvez um dia compreenda, talvez um dia compreenda um bocadinho mais. Hoje vou ficar por isto mesmo, meia duzia de palavras sem grande teor mas com votos de voltar em breve e deixar aqui algo mais.

2004/11/14

Deram-me autorização para colocar aqui estas palavras: uma carta de um avô para um neto em convalescência. Eu deliciei-me a lê-la... deliciei-me com a ternura que as palavras trazidas de longe podem carregar com elas. E assim, partilho aqui um momento anónimo, que poderá não interessar a ninguém, mas que acrescentou uma lágrima de carinho ao meu dia. Aqui vai...
"Eu e a avó estamos sempre contigo, tanto na operação, como no teu restabelecimento, pedindo a todos os santos que te melhorem de saúde e de vontade de viver; e assim ajudares o teu pai e a tua mãe, com essa vontade. Amanhã a tua avó, a tua tia e os teus primos vão visitar-te. Eu não vou, mas aceita os meus carinhos e as minhas orações onde estás sempre presente, para que rapidamente melhores e fiques bem, pois o Celta de Vigo tem necessidade de um ponta de lança!
Sabes que a tua mãe e o teu pai sofrem muito com tudo o que se está a passar e não choram para que tu não sofras. Mas vontade não lhes falta, portanto tenta ser forte e ajuda-os, de vez enquando, nesse sentido. Para já, da minha parte conjuntamente com a avó, recebe um grande abraço de amor para a tua recuperação: sem dores e cheia de boa disposição.
Como não posso ir vai a minha presença através desta pequena carta. Um grande abraço do avô amigo que muito te adora.
Há uma canção antiga que nunca esqueci e é assim:
Descansa meu querido descansa,
não te quero despertar,
vou para a cozinha trabalhando,
com vontade de chorar.
A minha mãe cantava-ma e é o que passa com a tua mãe que tanto te quer."
Estas são as pessoas que mais amamos, aquelas das quais não podemos prescindir. Fiquem sempre comigo, por favor!

2004/11/03

Não, normalmente nunca dou por mim a indagar quantas pessoas estarão a pensar em mim num determindado instante. Contudo, é possível que tal como eu penso nelas, as pessoas que fazem parte de mim, me pensem também. Se calhar aquela senhora que ajudo a descer com o bébé do autocarro, talvez se lembre de mim. Talvez aquela amiga de infância, que nunca mais vi, pense em mim. Não sei... importa-me mais que continue a florir os meus pensamentos com todos vós. Que continue a partilhar o que vou tendo convosco. Hoje dei por mim a escrever estas palavras... elas alimentam-me sempre que preciso de um suspiro quente de ternura, sempre que a lágrima está implicita numa glândula escondida, sempre que o sorriso se esbate sobre as folhas que vou rasgando. Hoje foi um desses dias.



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