Alguém que me lê e eu não vejo.

2006/02/24

Para quê doer tanto?...
quando os sopros da brisa se propagam baixinho,
quando a temperatura amena deixa a pele rosada?

Para quê não sei.
Os sorrisos, ao fundo, ouço...
Gritam. Ilusão.

2006/02/14

Dos dias de amanhã

Sentirei falta disso.
E de uma tecla por premir.
Dos dias de hoje

Eu sinto falta disso.
Dos dias de ontem

Ainda me lembro dos tijolos salteados da praça.
As notas não cabem aqui, agarravam as vibrações das partículas,
Como às mãos do parapeito que dá para o mar.
Era assim que as pessoas se encontravam umas às outras:
na praça...
...várias camadas de excipientes sobrepostas.
O travo insípido da madrugada sabia a silêncio e a algumas luzes acesas.
As teclas esbatidas da impressão dos dedos,
o som arremessado por de entre os dentes que rangem.
Calculados os segundos, enchiam os cafés de estômago, e o fumo de pulmões,
o mimetismo dos dias, o ritmo.
Não chorei para que fizesse sentido, não foi por isso.
A sucessão destes momentos na praça,
no meu inspirar marginal,
padronizava a ausência de busca pelo principio activo da existência.
E eu sentia falta disso.

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