Alguém que me lê e eu não vejo.

2007/08/27

A imagem recorrente neste blogue: a montanha. O vale presta-lhe o seu tributo diário, como nada nem ninguém jamais faria. E o vale, esse, é beijado incessantemente pelo rio. Esse rio cuja obtusidade dos ângulos não quer ser percebida, não deixando, contudo, de engrandecer e sublimar cada recanto do vale. Unidireccional, este afecto, jamais exige retorno.

2007/08/23

Josef: I thought um, you and I, maybe we could go away somewhere. Together. One of these days. Today. Right now. Come with me.
Hanna: No, I don't think that's going to be possible.
Josef: Why not?
Hanna: Um, because I think that if we go away to someplace together, I'm afraid that, ah, one day, maybe not today, maybe, maybe not tomorrow either, but one day suddenly, I may begin to cry and cry so very much that nothing or nobody can stop me and the tears will fill the room and I won't be able to breath and I will pull you down with me and we'll both drown.
Josef: I'll learn how to swim, Hanna. I swear, I'll learn how to swim.




in A vida secreta das palavras
de Isabel Coixet

2007/08/15


Quinze.

Agosto.

2007.

23:30

Missão: exterminar, sem qualquer retalho de misericórdia, a gritante saudade que tem vivido dentro de mim!
Este blogue já deu que tinha a dar, bem como a minha passagem pela escrita. Ainda assim continua a fazer-me bem. Ainda assim alguns visitantes me acompanham nesta causa quase sempre errante e pelo tempo que aqui perdem mutio obrigada!


PS: hoje estou de uma lamechice só!

2007/08/13

Sabonete...


Ainda não encontrei a interjeição correcta para descrever o curto trilho que percorri até bifurcar com o teu caminho. Deparei-me contigo e com o sabonete em que tropecei: aquele que aparentemente te guarnece agora. O mesmo que parece afagar-te os banhos mornos nas noites mais recentes. Inocência! Será o mesmo sabonete? Aquele que num instante partido pelo tempo fez com que esse meu pé delizasse de forma desconcertante? O mesmo com perfume quase de anis, quase esverdeado… como o reflexo da montanha no teu cabelo? Não pode ser! Não pode ser aquele que me purificava a alma e em seguida me perseguiu a queda precipitada sobre a terra molhada!


Não encontro a interjeição. Talvez o sabonete seja realmente o mesmo. Tavez na minha inconsciência tenha sido por isso que me estendeste a mão: para me levantar da humidade da terras e da viscosidade dos vermes. Mas nada perdi, só ganhei as cores, a perfeição do solo em que caminho. Os meus pés imundos e descalços, percorrem com fervor noutra direcção, inspiram no sopé da montanha a erva pulsante sob eles. A água deixou de ser tépida mas a pele não é mais sensível.

2007/08/09

Meia coisa




Foi assim que me descobri. A música intermitente, as notas e a pauta descaída. O som entusiasta a decair… o decadente olhar da janela em buscar de algo que brilhe no céu: meia estrela. Falta-me… a outra metade, de uma coisa qualquer.

2007/08/06


Nós e a partida.
Já pensaste?
Na sua tirania?
Nós e a partida constante, sucessiva…

Ontem; os teus braços.
Amanhã: prelúdio do regresso.
O encanto do regresso,
a grandiosidade dos abraços
e os beijos de algodão,
arrebatadores como os primeiros.

2007/08/04

Em resposta ao desafio da menina tóxica aqui vai a lista dos 5 últimos livros que li:

5- "O mundo dos outros" de José Gomes Ferreira
4- "A ignorância" de Milan Kundera
3- "A espuma dos dias" de Boris Vian
2- "The ten trusts" escrito pela Jane Goodall
1- "Vinte poemas de amor e uma canção desesperada" de Pablo Neruda

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