Alguém que me lê e eu não vejo.

2011/03/21

Na leveza de um fim de dia, relembro com simplicidade

Que névoa da noite é só o prolongamento ténue do sol do dia.

Que o escorreito assobio das corujas diagnostica a melodia dos rouxinóis e antecipa novos gritos das gaivotas.

Tudo junto à maré vazia que preconiza a maré cheia.

Que um sorriso é o prelúdio de outro. E que na sua solidão partilhada um poema é todos.

E que num arrepio que se pensa, se sente uma voz… ou a brisa que percorreu desertos depois do mar.

Que uma flor encerra a Natureza numa cadência ininterrupta.

Que ainda me recordo que qualquer coisa pode ser tudo em mim.