Monocromático o sentimento que perdura em mim.
Monocromaticamente bom.
Alguém que me lê e eu não vejo.
Na leveza de um fim de dia, relembro com simplicidade
Que névoa da noite é só o prolongamento ténue do sol do dia.
Que o escorreito assobio das corujas diagnostica a melodia dos rouxinóis e antecipa novos gritos das gaivotas.
Tudo junto à maré vazia que preconiza a maré cheia.
Que um sorriso é o prelúdio de outro. E que na sua solidão partilhada um poema é todos.
E que num arrepio que se pensa, se sente uma voz… ou a brisa que percorreu desertos depois do mar.
Que uma flor encerra a Natureza numa cadência ininterrupta.
Que ainda me recordo que qualquer coisa pode ser tudo em mim.
Alguém que me lê e eu não vejo.