Alguém que me lê e eu não vejo.

2008/04/25



sometimes is all we can do... and it's plenty!

2008/04/20

O que fazemos quando não temos a certeza?



A Dúvida de John Patrick Shanley... Ontem tive oportunidade de vê-la no TNSJ e não consigo deixar de fazer menção à interpretação fascinante de Eunice Muñoz, que abrilhantou de forma inquestionável a peça.


2008/04/11




Por mas que la dicha busco,
Vivo penando...
Y cuando debo quedarme, viday
Me voy andando...

A veces soy como el rio:
Llego cantando...
Y sin que nadie lo sepa, viday
Me voy llorando...

Es mi destino,
Piedra y camino...
De un sueño lejano y bello, viday
Soy peregrino...

kip on going... someday, somehow we all be there...

Loretta Bell: How'd you sleep?
Ed Tom Bell: I don't know. Had dreams.
Loretta Bell: Well you got time for 'em now. Anythin' interesting?
Ed Tom Bell: They always is to the party concerned.
Loretta Bell: Ed Tom, I'll be polite.
Ed Tom Bell: Alright then. Two of 'em. Both had my father in 'em . It's peculiar. I'm older now then he ever was by twenty years. So in a sense he's the younger man. Anyway, first one I don't remember to well but it was about meeting him in town somewhere, he's gonna give me some money. I think I lost it. The second one, it was like we was both back in older times and I was on horseback goin' through the mountains of a night. Goin' through this pass in the mountains. It was cold and there was snow on the ground and he rode past me and kept on goin'. Never said nothin' goin' by. He just rode on past... and he had his blanket wrapped around him and his head down and when he rode past I seen he was carryin' fire in a horn the way people used to do and I could see the horn from the light inside of it. 'Bout the color of the moon. And in the dream I knew that he was goin' on ahead and he was fixin' to make a fire somewhere out there in all that dark and all that cold, and I knew that whenever I got there he would be there. And then I woke up.


in "There's no country for old man"

2008/04/06

Será que realmente já gastámos tudo? Sim gastámos as teclas do telemóvel, gastámos os olhares e os sorrisos. Mas não gastámos as lágrimas e não gastámos as horas em silêncio. Gastaste as palavras simpáticas, gastaste a vontade de olhar para mim e me ver, gastaste a paciência. Gastaste o amor, as carícias, o tempo. Não gastámos o sol, mas a vontade simultânea de encontrarmos juntos.

Gastámos aquelas tardes em que o mundo era um mero acaso que tinha aparecido nas nossas vidas. Só não consigo gastar este vazio. Quero vendê-lo a retalho. Quero leiloar a tua ausência. Quero ficar sozinha apenas porque não tenho ninguém. Prefiro não ter nada do que parecer que tenho alguma coisa. Prefiro chorar por estar perdida do que por não me quereres encontrar.

2008/04/02

O pastor amoroso perdeu o cajado,
E as ovelhas tresmalharam-se pela encosta,
E de tanto pensar, nem tocou a flauta que trouxe para tocar.
Ninguém lhe apareceu ou desapareceu.
Nunca mais encontrou o cajado.
Outros, praguejando contra ele, recolheram-lhe as ovelhas.
Ninguém o tinha amado, afinal.
Quando se ergueu da encosta e da verdade falsa, viu tudo:
Os grandes vales cheios dos mesmos verdes de sempre,
As grandes montanhas longe, mais reais que qualquer sentimento,
A realidade toda, com o céu e o ar e os campos que existem,
estão presentes.
(E de novo o ar, que lhe faltara tanto tempo, lhe entrou fresco
nos pulmões)
E sentiu que de novo o ar lhe abria, mas com dor,
uma liberdade
no peito.


Alberto Caeiro (Porque a semana começou com ele, entre outros, e porque vou mudar para a sua profissão)

Arquivo do blogue