A história da cortina azul...
Pintei-te de azul, como doutras vezes, foi então que me apeteceu contar a tua inebriante história que de inebriante talvez tenha apenas a brisa. Esse compasso que marcas descompassada, que deixa as suas marcas no meu corpo irregular. E é bom lembrar-te assim: ondulante! De veludo! Tocando-me apenas ao de leve e assim acolhendo-me. Sempre a fingir-te ininteligível num vale perdido dentro de mim...
Fui pintando de azul esse teu veludo até ao dia em que apareceste noutra tela, plágio de brisa leve. Tela bela, bela tela encerrou os aplausos de quem leu essa tonalidade azul. Os músculos a embaterem e a darem-te uma forma diferente.
Voltaste, julguei que com sabor adúltero. Contudo, encobriste-me, envolveste-me no teu refúgio quase feérico. As minhas pálpebras encostadas no escuro, permitiram-me que me guiasses assim. Reencontramo-nos num momento chamado ternura, escondido debaixo da minha cama. Continuo a pintar-te de azul, deixo que me guies, incansável, sob o teu manto de ternura.
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