Alguém que me lê e eu não vejo.

2004/08/30

Um novo mundo onde o tempo é senhor de escravos do dia-a-dia.

Não costumo tolerar este tipo de frases, que nascem em análises feitas por mim, igualmente escrava e com sentimentos por vezes tão vis. Mas se as palavras me chegam até às mãos, que lhes fazer? Calá-las e emendar o que sinto? Ou deixá-las acamadas dentro de mim, esquecendo que um dia foram de alguém?

É assim, mesmo sem virtude, mas com voz, que venho denunciar: numa altura em que bastantes pessoas suprimiram várias das necessidades inerentes à sua própria condição humana (algumas até pensar). O fulcral, o sangue da vida, parece extinguir-se! E com lágrimas, como gotas sinistras, em sinal de que algo está em falta, chora-se. Chora-se, não por dor, nem por amor, mas por falta de tudo isto. Existe mesmo alguma água no mundo pior do que estas lágrimas salgadas? Haverá sal no mundo, mais amargo que este pranto? Nem todos são assim, nem todos são. É na relatividade que encontro recantos de aconchego.

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