Essa náusea que sinto quando reconheço
a futilidade das minhas lágrimas.
A náusea que chega para confessar,
o meu desejo de que tudo isto se esvaia,
que desça paralelos abaixo e escorra
para o ribeiro quase tão poluído como eu.
Não estou condenada a ser eu própria, não!
Mas para onde ir se não encontro em mim aquela que deveria ser?
PERDOA-ME: não consigo ir nem ficar.
Alguém que me lê e eu não vejo.
2006/11/20
2006/11/19
2006/11/06
Incontáveis os instantes que tenho passado a respirar,
e aqueles em que quis tocar no céu,
naquele que pensava ser veludo morno.
Não, não os consigo contar, ter-lhes perdido a conta...
Assim remonto à sensação de infinito perdida,
somando-lhe os dias em que não consegui chegar-lhe,
mais aqueles em que achei que lhe toquei.
Ah meu céu amigo, essas nuvens que te encobrem,
que te aconchegam, que te abraçam,
que me fizeram deixar de poder sonhar contigo,
essas nuvens... quem me dera ser uma delas!
Talvez se se me fosse a densidade impura,
sim, se também eu fosse um fiapo intocável,
também eu seria perfeita e não sentiria
esta absorção de mim pelo mundo,
não sentiria esta ausência que grita: o vazio.
Nuvens: invejo-vos espalhadas, viajantes.
Fecho os olhos.
Evaporo-me e condenso-me em mim mesma.
Subscrever:
Mensagens (Atom)