Alguém que me lê e eu não vejo.

2006/11/19

Cada dia é mais evidente que partimos
Sem nenhum possível regresso no que fomos,
Cada dia as horas se despem mais do alimento:
Não há saudades nem terror que baste.


Sophia de Mello Breyner Andresen
Antologia
Círculo de Poesia
Moraes Editores
1975

1 comentário:

menina tóxica disse...

isto faz-me lembrar outra coisa que a Sophia escreveu sobre o que passa:

Mais tarde será tarde e já é tarde. O tempo apaga tudo menos esse longo indelével rasto que o não-vivido deixa.

também é tão dolorosa a saudade do que não vivemos, não é? ao menos que nos valha a saudade do vivido : )

mais meio quilo de estrelas *

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