Euforia dos dias que chegam, sem que lhes peça coisa alguma... que chegam porque nascem assim, e porque morrem para que outro dia nasça. Quando recordo, esta sobreposição de momentos, em dias em que não me apeteceu ser, em que não me apeteceu conhecer, em que não me apeteceu pensar no que haveria de chegar, sinto-me resumida. Os dias que chegam, os dias que hão-de vir... esses engrandecem-me, fazem-me sentir maior.
Uma semana, um amontoado de horas inesgotáveis, cansadas, que me trouxeram até aqui. O início de outro amontoado de horas, em que posso fazer com que o mundo mude, em que posso não fazer nada. Em que posso morrer. É a ideia dessas horas, em que sei que posso receber o teu abraço, em que posso chorar junto a ti... ou em que me posso rir contigo, em que posso sorrir a outra pessoa, em que me posso deslumbrar convosco, é a ideia de que posso existir, que se encontra comigo agora.
Neste momento em que soube que nunca perderei o suficiente para igualar o sabor de ter ganho todas as presenças que me rodeiam.
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