Alguém que me lê e eu não vejo.

2007/08/13

Sabonete...


Ainda não encontrei a interjeição correcta para descrever o curto trilho que percorri até bifurcar com o teu caminho. Deparei-me contigo e com o sabonete em que tropecei: aquele que aparentemente te guarnece agora. O mesmo que parece afagar-te os banhos mornos nas noites mais recentes. Inocência! Será o mesmo sabonete? Aquele que num instante partido pelo tempo fez com que esse meu pé delizasse de forma desconcertante? O mesmo com perfume quase de anis, quase esverdeado… como o reflexo da montanha no teu cabelo? Não pode ser! Não pode ser aquele que me purificava a alma e em seguida me perseguiu a queda precipitada sobre a terra molhada!


Não encontro a interjeição. Talvez o sabonete seja realmente o mesmo. Tavez na minha inconsciência tenha sido por isso que me estendeste a mão: para me levantar da humidade da terras e da viscosidade dos vermes. Mas nada perdi, só ganhei as cores, a perfeição do solo em que caminho. Os meus pés imundos e descalços, percorrem com fervor noutra direcção, inspiram no sopé da montanha a erva pulsante sob eles. A água deixou de ser tépida mas a pele não é mais sensível.

5 comentários:

menina tóxica disse...

o polvo tinha de se manifestar.
afinal estás a falar de sabão. polvo+sabão.
(polvo lavadinho. de tentáculos e alma)

já agora o polvo aproveita este local calmo para libertar qualquer coisa para continuar o trabalho.

por isso aqui vai: aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!

desculpa a intromissão polvo irmão!!! mas estou a precisar :)))

Ana disse...

Polvo: és e serás sempre bem vindo!

"Mi casa es tu casa"


esta foi mais um tentativa falhada de exemplificar um momento em que senti uma certa harmonia com a minha própria sujidade. O sabonete em que escorreguei seria, se bem sucedida, uma intenção de representar a busca pela perfeição e pela beleza. lol! E neste desabafo, como em muitos outrs do blogue, acabo por me confessar adepta das palavras de Huxley: " O ópimo é inimigo do bom"
Esta frase leva-me de novo a ti r ao teu trabalho... huxley confessa que se realmente quisesse um livr que ele próprio achasse perfeio jamais teria escrito "O admirável mundo novo". Portanto, o teu dever de polvo é fazer o teu melhor e não algo isento de qualquer erro. E acredita o teu melhor é muito bom mesmo :)

tenho dito! :)

menina tóxica disse...

:)))))))))))))))))))))))))))))))))

(big smile no polvo pela manhã)

...e não consigo dizer nada agora.

obrigada pelo ânimo!!!

bjo enorme!

menina tóxica disse...

ps- eu acho que já vivo em harmonia com a minha própria sujidade.

Anónimo disse...

saímos todos do mesmo turbilhão de bolhas de sabão e as intervenientes (bliss e menina tóxica) pertilham a mesma bolha... isto para quem as lê...

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