Alguém que me lê e eu não vejo.

2004/10/11

Estou por aqui a sorrir.... Ainda te lembras? De como te conheci naquele dia de chuva infernal? De como nos tornámos próximos? De como fomos testemunhas dos suspiros um do outro? Conhecemo-nos naquele dia, na sala de aula. O professor rabiscava já algumas linhas no quadro, eu estava na última fila, entraste e emulsionaste o teu sorriso, o mesmo que muitas vezes viria a varrer as sombras do meu espírito.

Às vezes vou na rua, nos autocarros e começo a prestar atenção a conversas, ouço muitas vezes por aí que nos dias de hoje já não se "fabricam histórias de amor como antigamente". Interrogo-me o que as pessoas querem dizer com isto? já não sabem os jovens o que é o "amor verdadeiro". Já não têm os jovens que ultrapassar barreiras sociais porque estas são mais ténues, já não passam eles grandes privações, já não precisam eles de se esconder. Será mesmo tudo mais simples? Vivemos num mundo de divórcios, de ligações fortuitas, algumas até levianas... não me cabe analisar o porquê, mas constacto que os laços entre as pessoas são cada vez mais frágeis. Muitas pessoas sobrevalorizam a sua individualidade o seu "eu", em detrimento da partilha de bens como... o coração. Ouço muitas destas coisas, constacto-as, mas são todas elas como um eco ao fundo duma praia, ecos partilhados por rochedos elevados acima do mar, indiferentes.

As palavras jamais descreveriam as dimensões de como nós nos amámos, as palavras que abrangem todo o infindável, interminável, infinito sentimento que encerravamos dentro de nós. Jamaias encontraria lugar nas linhas deste blog, nem na soma de todas as linhas de todos os blogs concebidos e por conceber que refugiassem todas essas palavras.
Agora somos nós e o Outono, rodeados pelas folhas e pelo vento, pelos nossos beijos e pelas nossas carícias. Agora consinto em escrever isto. Tudo em mim é também o teu mundo e os teus olhos nos meus, muitos dias depois de termos conhecido o sorriso um do outro.

2 comentários:

Phyllophryne scortea disse...

sabes claudia... tou contente...
Primeiramente, porque voltaste a escrever qualquer coisa praqui... á uma serie de dias que busco por qualquer informacao nova no teu blog... e nada, so hoje apareceram noticias.
Fico tambem contente por saber que estas feliz e contente ao lado de quem te ama.
Só discordo de quem afirma, que hoje já não ha barreiras sociais... e n ja n se faz nada ás escondidas... e k ja n se falta a faculdade pa se conseguir estar com a pessoa amada ( etc, etc, etc...) mas isso ja sao problemas pessoais... não quero poluir o teu blog fantastico com isso.
nota: depois vê se passas pelo meu e das uma opiniãozita :)
beijinhos

Anónimo disse...

As palavras... alvo de tantas inquietações, interrogações e conjecturas. As palavras são entes vivos. Existem onde cabem existir. Onde não cabem talvez tentem esgueirar-se para tentar entrar. Algumas conseguem outras não, ficam de fora. Quando se está apaixonada tu és um filtro de palavras. Há coisas que não consegues ouvir ou entender. É mesmo assim. Há coisas que não consegues ver. E outras que, por magia, só tu v~es. Mas isso é estar como estás... e não há conversas de autocarro capazes de demolir isso...simplesmnte não há.

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