Alguém que me lê e eu não vejo.

2005/01/16

Estou tão sozinha, por vezes... até sinto um arrepio gelado, uma brisa que chega em forma de lágrima e pergunta: como é possível?

É possível sim. Quando passeamos à noite e a olhar as estrelas as vejo sorrir de tão longe! É possível quando molho os lábios com a água salgada das tuas frases impensadas... da insignificância. É tão possível como alguém ter razão nos deixar sozinhos..É possível como doer tanto quando alguém faz por ter razão. Tanto que penso sempre estar sozinha. Nos meus pequenos interesses... estou sozinha quando leio o poema que fala do equilíbrio de Hardy-Wienberg, estou sozinha ao ouvir vezes sem conta Nessun Dorma... ou a Mercedes... a Mercedes... com o coração olhando para o sul, para a dor do seu povo, para as tardes soalheiras e as casa brancas e a paz do sorriso de muitas crianças, a paz do sorriso das pessoas sem pressa da vida. Bem me disse ela, vezes sem conta, que tudo muda, que o tempo é resoluto, que se encarrega de levar tudo. Mas ela também me disse que basta entregarmos os nossos corações para que o nosso mundo não esteja perdido.

E dói pensar que tudo isto é insignificante se não estiver sozinha. Que o que eu sou cá dentro, sou-o sozinha. Que as minhas palavras emudecem os que me rodeiam, ou que chamam apenas alguns risos de troça.

Nem sempre é assim... nem sempre ajo pensando que estou perto, às vezes estou realmente perto.

1 comentário:

Phyllophryne scortea disse...

desculpa a minha apreciação tao parcial e fora do contexto total do post... mas sinceramente, estou tao farto que tudo o k tenha a ver com o eq. de Hardy-Weinberg é extremamente deprimente...
Tirando isso, continuas com a tua prosa poetica fantastica, e, tal como acontecia antes, revejo-me nos teus posts quase como se fossem meus.