Alguém que me lê e eu não vejo.

2004/12/20

Vagueando o olhar por entre as nuvens que não se esforçavam por esconder a lua, pensava nisto, que me disseste assim em tom de voz passiva atirada ao acaso para as nossas frases. Pensava-o enquanto a pouco e pouco parecia despertar, para este mundo meigo que criei à minha volta, um mundo que eu fiz para me esconder de outros mundos sobrepostos. Caminhava por entre montras da noite, vitrinas despidas, luzes escondidas, sentimentos reguardados. Dentro de mim. E pensava-o, será que é possível mesmo dar um sentido ao porvir? Será mesmo que as pessoas não despejam essas questões pseudo-filosóficas para limarem de uma forma discreta e elegante as aretas afiadas dos seus egos? Provavelmente espero uma resposta estridentemente afirmativa... ninguém é realmente profundo e poucos conseguem saber quais são as verdadeiras questões... tão pouco eu caminho sobre a água da clarividência, algumas das certezas prefiro-as mesmo submersas. O porvir, os ideais, o sonho: murmúrios inaudíveis, irreproduzíveis, distantes... tantas vezes!

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