Alguém que me lê e eu não vejo.

2007/11/17

Enregelada a matéria óssea continua a sobressair discretamente ao fundo a rua.
Gosta do Inverno, encoberta sobre o farfalho tiritante e humano, aguarda serenamente que gostem dela. Aguarda serenamente enquanto a metamorfose brota, ramificada como um raio efervescente, aguarda até não aborrecer mais o corpo que suporta, aguarda até não ser reconhecida.





Está farta de montanhas e de vales, de mar. Está aborrecida por, para ela, já serem banais os picos e os sopés. Mas estar no meio não a faz sentir-se bem. Mas não importa, na ausência de alma pode bem aguardar. Pode bem esperar que a chuva caia sem molhar a matéria que nela se transfigura.

3 comentários:

menina tóxica disse...

oh sua desalmada, onde te esqueceste do corpo? o que te resta agora? ;)

bjo tóxico*

Ana disse...

Para que conste: nunca me auto-intitulei desalmada! :PPPP

Menina tóxica: Porque por vezes aquele mal estar, ou aquele bem estar, querem ser alguma coisa e para serem alguma coisa converto-os em texos e partilhos-os, também a minha alma por vezes quer ser matéria. Por isso transformo-ae ela deixa de existir de uma maneira e passa a lembrar a sua existência de outra forma. agora estou simplesmente aborrecida com ela! Acontece. O que vale é que não sou a única.


******** tóxicos nesses tentáculos!

Happy and Bleeding disse...

parece-me que se está a materializar muito bem :)

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