Alguém que me lê e eu não vejo.

2007/09/29

Nascimento último

Como se não tivesse substância e de membros apagados.
Desejaria enrolar-me numa folha e dormir na sombra.
E germinar no sono,germinar na árvore.
Tudo acabaria na noite,lentamente,sob uma chuva densa.
Tudo acabaria pelo mais alto desejo num sorriso de nada.
No encontro e no abandono,na última nudez,
respiraria ao ritmo do vento,na relação mais viva.
Seria de novo o gérmen que fui,o rosto indivisível.
E ébrias as palavras diriam o vinho e a argila
e o repouso do ser no ser,os seus obscuros terraços.
Entre rumores e rios a morte perder-se-ia.


António Ramos Rosa
In: No Calcanhar do Vento, 1987

2 comentários:

Menina Limão disse...

ah bom, cá estamos. :)
já não estava a achar piada não poder saber quem era a misteriosa ana que se passeava pela minha casa.

(desde 2004 sem perfil e sem reparar nisso?uau. =) )

Ana disse...

Menina_limão, saudações!


Olha eu acho que nos meus velhos tempos isto dos perfis não existia e deois não me actualizei...

enfim para quem me conhece issoé normal, sou a coisa mais despassarada, nunca me lembrei de ver se o meu perfil estava activo até tu e a menina_tóxica (inclusive ela até me ofereceu pancada, LOL) terem feito referência a esse facto.

afinal não era nada de dificil...


Bem-vinda**

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